Outro dia, fui tomada por uma curiosidade... tal situação aconteceu numa pista de dança numa "balada" dedicada aos melhores "flashbacks" da temporada ... supostamente atrairia um público de certa idade [(com aquele tipo de cumplicidade tribal (não sei ao certo se os adolescentes do milênio tem este espaço) e que era quase "secreta" perante aos olhos dos pais (que aparentemente não faziam idéia e não entendiam nada da complexidade e das questões desafiadoras que se apresentavam ali)...)]
O "clima" de "azaração", de "paquera adolescente" visando um beijo na boca, uma flertada, um amasso, uma ficada... trazia questões sobre o lugar que isto tudo ocupava por ali... e por aqui.
O clima, a necessidade de "caçar", a necessidade de ver e ser visto, de estar com tudo em ordem e em cima (diga-se de passagem, peitos, bundas, panturrilhas e bíceps)... tudo muito próprio de nossos tempos... mas alguns pontos se sobressaíram do cenário...
Chamou a atenção a chegada de um grupo de pessoas com mais idade, bem além da faixa etária que supostamente celebraria aqueles "flashbacks"... nada demais, pelo contrário é interessante que as pessoas estejam abertas para o novo...
O que se "revelou" ali e intrigou eram as formas de agir e de se apresentar... era realmente difícil discernir quem era quem ali (pais e filhos, mães e filhas)... (não que fosse necessário)... vestidos de formas muito parecidas (mulheres de vestidos sumários, exibindo marcas de sessões de bronzeamento artificial e horas de academia e homens com mesma padronagem nas camisas e jeans) e alguns comportavam-se de forma similar "azarando"... Algo realmente curioso.
Depois, episódio semelhante num desses "shoppings centers"... mães (na meia-idade) e filhas (adolescentes) com roupas similares (da mesma marca, mesmo modelo, mesma estampa, eventualmente de tamanhos diferentes), discutindo temas diversos... (tá, tá, não fiquei prestando atenção nas conversas... masssss... tudo pela "experiência antropológica").
Não é algo novo... psicanalistas, antropólogos e sociólogos já discutiram o fenômeno da "adultescência" e o "empurramento" do envelhecimento... mas para não perder o hábito, resolvi ressuscitar o "morto" e falar disso... e para deixar a questão: como lidar com o inevitável? (o envelhecimento, um prelúdio à morte)
[Cheguei à conclusão que hoje em dia é muito desafiador querer ser um adolescente*... "mami e papi" também serão, se você quiser (ou não)!!!! (kkk)
*fazer rebeliões interiores e exteriores para testar a elasticidade e a força acolhedora que um limite bem dado pode fornecer - que gosta de se isolar entre os seus pares, criando um código próprio, com linguagens e processos inerentes à aquisição da identidade a ser estabelecida mais adiante...]
Deixo aqui, um link de um texto que trata, dentre outras coisas, sobre a crise na educação (que, talvez não pareça, à primeira vista, relacionar-se com o "post" de hoje, mas láaaaa no fundo, bem lá no fundo, tem tudo a ver): Por uma "lição de amor" na adolescência: função paterna e educação.
Deixo aqui, um link de um texto que trata, dentre outras coisas, sobre a crise na educação (que, talvez não pareça, à primeira vista, relacionar-se com o "post" de hoje, mas láaaaa no fundo, bem lá no fundo, tem tudo a ver): Por uma "lição de amor" na adolescência: função paterna e educação.
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